A Copa do Mundo na África esta chegando ao fim e logo mais veremos sua festa de encerramento. Escrevi alguns textos do tema (“Debut África”, Inicio da Copa, Nem tudo é festa ), mas agora queria escrever sobre outra festa e relacionar com algo que eu convivo em meu trabalho no Clube Hípico Sto. Amaro (CHSA), que são os cavalos.A história que vou comentar aqui conta da participação de africanos, escravos, cavalos e da Família Real Portuguesa, mais especificamente no casamento da Princesa do Brasil ( D. Maria) e D. Pedro de Portugal em 1760. Durante a festa os africanos se apresentavam em meio aos cavalos emprestados por seus senhores, eles tinham ótimo controle sobre o animal.
“Africanos e seus descendentes de origem jalofo, vindos da Senegâmbia, faixa de terra banhada pelos rios Senegal e Gâmbia, localizada entre o Saara e a floresta equatorial tinham total intimidade com a arte da cavalaria.”(PRIORE M D; MELO V A 2009 p.19).
A participação em festas ou recepções de autoridades já acontecia em Portugal, e os cavaleiros africanos já demonstravam suas habilidades em meio a foguetórios e outros sons. O livro supracitado conta mais sobre esta participação, mas ressaltar a “Encamisada”. “Divertimento eqüestre que os participantes vestiam uma camisa branca de manga longa, dita “à mourisca”. A brincadeira de origem medieval reproduzia uma estratégia militar: “em ligeiros cavalos, fazendo uma escaramuça de duas alas de quatro círculos perfeitos” e tudo feito a noite sob a dramática luz dos archotes.”(idem p.19)
Atualmente no CHSA em uma noite de junho acontece uma disputa chamada “prova das tochas (Prova Junina) “, participam dessa prova sobre a luz das tochas tratadores de cavalos e funcionários do clube. A prova apresenta um risco para os cavalos e cavaleiros, mas independente do perigo os donos dos animais confiam estes aos destemidos cavaleiros, com o desafio de cumprir o percurso buscando o menor tempo. (sem faltas) ou menor número de faltas”. (Valdenice). Qualquer semelhança pode ser mera coincidência.
A festa na África esta terminando, mas acredito que além da semelhança contada anteriormente existem muitas outras participações na história de nossas festas, embates (escaramuças), entre outras no dia-a-dia que reformam a presença da África em nossa história e nossas vidas.
Agradecimento especial a Val que ajudou na composição desse textoValdenice Maria Pereira Gonzaga - Gerente de Esportes do Clube Hípico Santo Amaro
PRIORE M D; MELO V A (2009) História do esporte no Brasil: do império aos dias atuais. Editora UNESP - São Paulo
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