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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Bons livros podem nos trazer boas idéias

O título do texto exprime bem o que eu acredito sobre uma parte da educação ou da criação de algumas idéias, ontem tive o prazer de ao lançamento de um livro da professora "Lelê" ou melhor da autora Alessandra Ancona de Faria, chamado "Contar histórias com o jogo teatral".
Ja escrevi sobre ela aqui no blog, mas sem me perder e sem escrever muito, gostaria que vocês vissem esse vídeo, nessa historinha, do Sr Steven Johnson chamado de onde vêm as boas idéias.




LIVRO - JOHNSON S - De onde vem as boas Idéias

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Uma Faísca profissional!

Desde a criação deste blog procuro conhecer novos blogs e com eles aprender e divulgar essas possibilidades no mundo virtual. E tem um blog que traz a seguinte apresentação:
“Todos nós temos que defender o que é importante, e às vezes com alguma energia. Esse é um espaço seguro para idéias inflamadas”.
Então quero defender algo que considero muito importante, que é o meu trabalho. Trabalho com lazer, o tempo livre “dos outros”, propondo diversas atividades, com diversos públicos e espaços, com e sem interesses financeiros.
Vamos a faísca!
Quando você vai ao dentista (é apenas um exemplo não fique bravo “tio dentista”, poderia ser um advogado, um vendedor), você tenta explicar o que esta sentindo, mas não diz como ele deve proceder (eu acho?)? Ao conversar com um engenheiro nós falamos qual a nossa idéia, apresentamos um projeto, mas não ensinamos a ele que técnica usar, nós contratamos aquele que trabalha dentro daquilo que temos como expectativa de receber como produto final. E ele como pessoa da área escolhe as ferramentas para desenvolver o trabalho. (será?)
Estou na área há algum tempo, e sei que existem muitos profissionais com mais tempo do que eu, mais ainda por incrível que pareça quando converso com colegas de histórias de entender “a brincadeira como algo que não precisa qualificação” parecem brotar.
Citei algumas profissões que podemos chamar de tradicionais, mas cada vez mais existem pessoas que se especializam nas diversas áreas, não entendo que exista uma hierarquia entre áreas, existe uma questão cultural e sociológica que diferencia o entendimento de algumas pessoas. Quem foi que disse que gostar de criança é suficiente para trabalhar na área? Eu adoro criança, mas isso não me credencia como um profissional. Quem foi que disse que para estar com velhos basta paciência, pois assim pode-se “cuidar” dessas pessoas? (Gerontologia USP e Unicamp)
O trabalho e o estudo sobre o assunto crescem a cada dia, minha especialização foi em lazer e velhice e pude conhecer diversos autores e estudos sobre o assunto. Existem pessoas competentes, mesmo sem a chamada formação acadêmica, pois esta também não garante uma boa execução a 100% dos “futuros profissionais”, mas possibilidades de uma boa atuação por parte das pessoas que buscam conhecimento aumentam, assim como diminuem os riscos de acidentes, independente dos meios para que esta pessoa adquira este conhecimento. Mas nada! Nenhuma graduação, posição social e profissional ou supera o respeito pelo indivíduo. Evitar o julgamento, por mais simples que possa parecer o trabalho é uma condição. Não escrevo isso apenas pelo lazer e a recreação, mas por diversas áreas que ainda tem que suportar análises superficiais que confesso ainda me deixam com idéias em ponto de combustão!Existe uma frase que é atribuída a Nelson Rodrigues que diz: Toda unanimidade é burra! Entenda unanimidade como pré-conceito ou generalizações sobre qualquer assunto. Esta frase de efeito, assim como outras de Nelson, buscava nos fazer refletir, provocar polemica e não encerrar discussões ou aumentar o numero de lugares-comuns.

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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Rubem Alves ja dizia "É brincando que se aprende"

Estava pensando em escrever algo sobre brinquedo, o brincar... quando uma amiga e parceira conversando comigo pela internet (Sonia B - Dialogos na internet de novo!) e lembrei desse texto que reproduzo abaixo (Folha Online). Tem uma frase que diz "qualquer semelhança com a vida real é mera coincidência". Será?? (pode comentar).

"O professor Pardal gostava muito do Huguinho, do Zezinho e do Luizinho e queria fazê-los felizes. Inventou, então, brinquedos que os fariam felizes para sempre, brinquedos que davam certo sempre: uma pipa que voava sempre, um peão que rodava sempre e um taco de beisebol que acertava sempre na bola. Os três patinhos ficaram felicíssimos ao receber os presentes e se puseram logo a brincar com seus brinquedos que funcionavam sempre.Mas a alegria durou pouco. Veio logo o enfado. Porque não existe nada mais sem graça que um brinquedo que dá certo sempre. Brinquedo, para ser brinquedo, tem de ser um desafio. Um brinquedo é um objeto que, olhando para mim, me diz: "Veja se você pode comigo!". O brinquedo me põe à prova. Testa as minhas habilidades. Qual é a graça de armar um quebra-cabeça de 24 peças? Pode ser desafio para uma criança de 3 anos, mas não para mim. Já um quebra-cabeça de 500 peças é um desafio. Eu quero juntar as suas peças! Para isso, sou capaz de gastar meus olhos, meu tempo, minha inteligência, meu sono.Qualquer coisa pode ser um brinquedo. Não é preciso que seja comprado em lojas. Na verdade, muitos dos brinquedos que se vendem em lojas não são brinquedos precisamente por não oferecerem desafio algum.Que desafio existe numa boneca que fala quando se aperta a sua barriga? Que desafio existe num carrinho que anda ao se apertar um botão? Como os brinquedos do professor Pardal, eles logo perdem a graça. Mas um cabo de vassoura vira um brinquedo se ele faz um desafio: "Vamos, equilibre-me em sua testa!". Quando era menino, eu e meus amigos fazíamos competições para saber quem era capaz de equilibrar um cabo de vassoura na testa por mais tempo. O mesmo acontece com uma corda no momento em que ela deixa de ser coisa para se amarrar e passa a ser coisa de se pular.Laranjas podem ser brinquedos? Meu pai era um mestre em descascar laranjas sem arrebentar a casca e sem ferir a fruta. Para o meu pai, a laranja e o canivete eram brinquedos. Eu olhava para ele e tinha inveja. Assim, tratei de aprender. E ainda hoje, quando vou descascar uma laranja, ela vira brinquedo nas minhas mãos ao me desafiar: "Vamos ver se você é capaz de tirar a minha casca sem me ferir e sem deixar que ela arrebente".Para um alpinista, o Aconcágua é um brinquedo: é um desafio a ser vencido. Mas um morrinho baixo não é brinquedo porque é muito fácil —não é desafio. Ao escalar o Aconcágua, ele está medindo forças com a montanha ameaçadora! Pelo desafio dos picos, os alpinistas arriscam as suas vidas, e muitos morrem. Parodiando o Riobaldo: "Brincar é muito perigoso...".Há brinquedos que são desafios ao seu corpo, à sua força, à sua habilidade, à sua paciência. E há brinquedos que são desafios à inteligência. A inteligência gosta de brincar. Brincando, ela salta e fica mais inteligente ainda. Brinquedo é tônico para a inteligência. Mas se ela tem de fazer coisas que não são desafio, ela fica preguiçosa e emburrecida.Todo conhecimento científico começa com um desafio: um enigma a ser decifrado! A natureza desafia: "Veja se você me decifra!". E aí os olhos e a inteligência do cientista se põem a trabalhar para decifrar o enigma. Assim aconteceu com Johannes Kepler (1571-1630), cuja inteligência brincava com o movimento dos planetas. Assim aconteceu com Galileu Galilei (1564-1642), que, ao observar a natureza, tinha a suspeita de que ela falava uma linguagem que ele não entendia. Pôs-se, então, a observar e a pensar (ciência se faz com essas duas coisas, olho e cérebro!) até que decifrou o enigma: a natureza fala a linguagem da matemática! E até hoje os cientistas continuam a brincar o mesmo brinquedo descoberto por Galileu.Aconteceu assim também com um monge chamado Gregor Johann Mendel (1882-1962). No seu mosteiro havia uma horta onde cresciam ervilhas. Os outros monges, vendo as ervilhas, pensavam em sopa. Mas Mendel percebeu que elas escondiam um segredo. E ele tanto fez que acabou por descobrir o segredo que nos revelou o incrível mundo da genética. E não é esse mesmo jogo que faz a criança que está começando a aprender a ler? Ela olha para as letras-ervilhas e tenta decifrar a palavra que elas formam. Tudo é brinquedo!Congressos de educação: a gente pensa logo em professores, psicólogos, "papers" científicos, filósofos... Estive em um, na Itália, diferente, em que havia muitas crianças. E havia uma oficina em que um "mestre" ensinava às crianças a arte de fazer brinquedos. Um deles era um par de pregos grandes, tortos, entrelaçados, que, se a gente fosse inteligente, conseguia separar. Gastei uns bons dez minutos lutando com os pregos, absorvido, inutilmente. De repente me perguntei: "Por que estou assim, gastando o meu tempo com um par de pregos?".Eu lutava com os pregos pelo desafio. Eu queria provar que eu podia com eles. Repentinamente, percebi que a primeira tarefa do professor é, à semelhança dos pregos, entortar a sua "disciplina" (ô, palavra feia, imprópria para uma escola!) e transformá-la num brinquedo que desafie a inteligência do aluno. Pois não é isso que são a matemática, a física, a química, a biologia, a história, o português? Brinquedos, desafios à inteligência. Mas, para isso, é claro, é preciso que o professor saiba brincar e tenha uma cara de criança, ao ensinar. Porque cara feia não combina com brinquedo..."

Rubem Alves, 65, é educador, psicanalista e escritor. Está gravando dois CDs com estórias infantis —"Quatro Estórias", produção do violeiro e compositor Ivan Vilela, e "Rubem Alves Conta Estórias", em parceria com Décio Lauretti.
Site - http://www.rubemalves.com.br/

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Cursos de recreação: Uma aula de portugês

Trabalho e estudo lazer há mais de dez anos, trabalho desde 1998 e estudo desde a entrada na universidade em 2000. Universidade que me aproximou aos estudos do lazer e na época iniciei, entre outros textos, com Estudos do lazer: uma introdução (Marcellino), que através de textos curtos demonstra a amplitude que existe no interesse dos estudos do lazer. Na própria faculdade de Educação Física em trabalho de conclusão (que como todo trabalho quando revisto apresenta muitas lacunas, mas tem sua relevância, pois foi o primeiro trabalho de conclusão e parte do processo de introdução a área acadêmica) escrevi, junto com colegas de curso, sobre a formação do profissional. Estou enfatizando o assunto porque conversando com amigos que atuam na área, e em grandes instituições, falávamos sobre a proliferação dos chamados cursos de recreação. Em uma pesquisa simples em site de procura na internet o dado que aparece é de aproximadamente “3.010.000 para curso de recreação (0,23 segundos)”, poderíamos considerar um dado importantíssimo em tempos de crescimento da área de lazer e entretenimento e por que não falar em até hospitalidade (Brasil Copa 2014 – Olimpíada 2016 assuntos para outros textos). Nas palavras de Werneck (2001 p.34): “Em outras palavras, o mercado de trabalho que se abre nas sociedades contemporâneas vem anunciando que não mais necessita de pessoas encarregadas de “apertar parafusos”, mas de profissionais qualificados e dedicados a descobrir formas diferentes de fazê-lo e de atender as necessidades e os interesses das pessoas.” Lourençato (1998) afirma que “a empregabilidade é uma característica que espelha conhecimentos, habilidades e capacidades individuais. Quanto maior o nível de conhecimento do trabalhador, maiores suas possibilidades de ajustamento e adaptação ao mundo globalizado, isto é, maior sua empregabilidade.”
A empregabilidade descrita por Lourençato é um fim, quero voltar ao meios pelo qual ele chega a empregabilidade. O conhecimento, a habilidade e a adaptação ao mundo; Os cursos são formas de conhecer ou se aperfeiçoar.
Neste momento surge uma conjunção (mas, porém, contudo...), uso esta pequena análise, pois as conjunções são classificadas de acordo a relação de dependência sintática dos termos que ligam. Se conectarem orações ou termos pertencentes a um mesmo nível sintático, são ditas conjunções coordenativas (Wikpédia) Estas conjunções coordenativas podem ser (Cegalla 1991):
Aditivas que dão a idéia de adição, acrescentamento, nessa perspectiva imaginamos que essa quantidade de cursos existentes seria importante, somando a formação do individuo para melhorar sua formação tecnica e teórica para a execução de seu trabalho. Ex: “Os livros não só instruem, mas também divertem” (p.244) Adversativas que exprimem oposição, contraste, ressalva, compensação, seria este o momento de reflexão sobre a área e sobre a constituição de docentes e estruturas desses cursos. Vivenciar uma experiência em grupo para quem pretende atuar na área de lazer é valida, “porém” devemos sempre ter uma visão critica.Ex: “Querem ter dinheiro, mas não trabalham” (p.245) Alternativas que exprimem alternativa, alternância; Explicativas que precedem uma explicação, um motivo. Ex: Faça um curso reconhecido, pois este o ajudará em sua formação Explicativas que iniciam uma conclusão: logo, portanto, por conseguinte, pois (proposto ao verbo), por isso.
Para exemplificar cito um “congresso xxxx de lazer” (Estado de SP – julho/2010) cujo nome prefiro ocultar, pois não vou divulgar o que não aconselho. A principio este caso parece uma tentativa de com uma troca na nomenclatura (curso por congresso) que tente se apropriar de seu significado e valorizar, chamando a atenção para o pseudo congresso. Bourdieu(1998 pag.91) nos escreve:“A especificidade do discurso de autoridade (curso, sermão etc.) reside no fato de que não basta que ele seja compreendido (em alguns casos, ele pode inclusive não ser compreendido sem perder seu poder), é preciso que ele seja reconhecido enquanto tal para que possa exercer seu efeito próprio.”
Portanto para ser um congresso, não basta dar nome ele deve ser reconhecido como tal.
A palavra tem seus significados, no caso supracitado a palavra mais apropriada me parece ser “eloqüência”, que o mini dicionário Aurélio apresenta em sua segunda definição para palavra eloquência como “a arte de persuadir, comover, etc, pelas palavras”.
Portanto, chego assim ao ponto em que queria. Existem diversos meios para formação profissional no lazer, encontros nacionais como o ENAREL (Encontro Nacional de Recreação e Lazer) instituições como o Senac.
O texto não vai contra os cursos existentes, apenas alerta para a existencia de cursos “caça niqueis” que buscam arrecadar fundos para as empresas que o realizam.
Assim dentro de uma “conjunção explicativa” concluímos reiterando a importância de refletir sobre a prática e a formação nas diversas áreas e temáticas dentro e fora do lazer.

BOURDIEU, P. (1988) A Economia das Trocas Lingüísticas: O que Falar Quer Dizer. São Paulo: Edusp.
CEGALLA D P(1991) - Novíssima Gramática da língua portuguesa São Paulo Ed NacionalFERREIRA, A B H(1993) – Minidicionário da língua portuguesa 3.ed Rio de Janeiro: Nova Fronteira
MARCELLINO (2002) – Estudos do lazer: uma introdução Campinas 3 edição Autores Associados.
WERNECK C L G(2001) – Lazer e mercado: Panorama atual e implicações na sociedade brasileiraWIKIPEDIA - http://pt.wikipedia.org/wiki/Conjun%C3%A7%C3%A3o.