Esse texto não é uma propaganda da associação ou uma autopromoção falando do meu voluntariado, pode ser uma ideia ou quem sabe um convite.
Como vocês sabem trabalho com lazer, sem ser muito teórico, mas apenas para localizar, o lazer se configura (é reconhecido por alguns) a partir da revolução industrial, com a diferenciação do tempo de trabalho e de não trabalho (não existe lazer nas línguas latinas - os termos usados são ócio ou tempo livre).
É um fenômeno tipicamente moderno, estudado por alguns, mas com alguns preceitos arraigados (em alguns casos) como por exemplo, ser associado SÓ a diversão, prazer, recuperação do trabalho ou oposição ao trabalho (uma presença forte dos interesses de mercado).
Então vou fazer um recorte de um teorico do lazer (Dumazedier 1973 p.34) que compreende o lazer como “um conjunto de ocupações as quais o indivíduo pode se entregar de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se, e entreter-se ou ainda desenvolver, sua formação desinteressada, sua participação social voluntária, ou sua livre capacidade criadora, após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais familiares e sociais”
Taí, posso considerar esse trabalho como lazer?
Não tinha nenhuma obrigação profissional, me dispus por livre vontade para divertir, recrear (a mim e as pessoas que cruzaram comigo) através de uma participação social voluntária.
Então não é trabalho voluntário e sim ação social voluntária?
Voltando a ação com o TUCCA, quem me convidou para participar junto a essa associação foi o pai de uma sócia do clube no qual eu coordeno a parte de recreação. Vale dizer que essa pessoa (filha – nome Debora) já esta na faculdade não frequenta mais a recreação a não ser para conversar com o “tio(a)” presente. Sendo assim, existe uma ligação com meu trabalho, uma não varias, em momento algum estive ali a lazer, eu estive ali para colocar o meu trabalho (no caso esculturas em balões e truques com cartas de baralho) para chamar atenção para o trabalho da instituição.
O meu trabalho possibilita momentos divertidos e prazerosos, mas ainda assim é trabalho. Fico muito contente por ter a oportunidade de fazer uma ação social junto a pessoas que conheci (e até vi crescer) através do meu trabalho, mas que temos interesses em comum além do lazer, no caso o voluntariado em prol do TUCCA, mas poderia ser uma outra ONG ou... o fato é que nos propomos a estar ali cada um a sua maneira, algumas pessoas buscaram arrecadar mais fundos para associação com produtos a venda além do sanduiches, outras levaram como eu o seu trabalho. (abaixo uma postagem de quem me convidou para ação)
Quem sabe esse texto contagie outras pessoas a fazer o mesmo, a colocar suas habilidades a disposição do próximo ou quem sabe apenas buscar opções para ajudar (conheça o Social Good Brasil ou Voluntários Online)
E aproveitei mais esse evento para divagar um pouco mais sobre lazer aqui no blog, para não ficar em aberto o fragmento relacionado ao lazer, foi apenas um recorte para compor o texto, pois se fizer uma analise um pouco mais atenta, pode-se considerar que fiz uma oposição ao trabalho ao brincar que voluntário não seria trabalho, colocando assim o trabalho carregado de negatividade e o lazer carregado de positividade. Nem tudo é o que parece ser, nem todo trabalho é “ruim”, nem todo lazer é “bom” (ideia baseada em um fragmento do livro organizado por Valquiria Padilha)
Se você quiser conhecer o TUCCA clique no logo.
PS - aos interessados por estudos do lazer são dois bons livros
DUMAZEDIER, J. Lazer e Cultura Popular. São Paulo: Perspectiva, 1973
PADILHA, V(org). Dialética do Lazer São Paulo: Cortez, 2006
DUMAZEDIER, J. Lazer e Cultura Popular. São Paulo: Perspectiva, 1973
PADILHA, V(org). Dialética do Lazer São Paulo: Cortez, 2006
(O evento citado é realizado pelo Mc Donalds, não entrei no mérito da venda dos sanduíches, o texto prezou por falar do voluntariado e de lazer)