quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Nicolau Gregorian ideias que seguem...

Comentei no texto anterior sobre um encontro de literatura infantil, e aproveitando que algumas pessoas leram e comentaram no blog e fora dele, resolvi escrever um pouco mais sobre o que foi exposto.
Nicolau Gregorian trouxe alguns pontos sobre os quais podemos pensar, suas relações com a educação dentro e fora dos muros da escola.
Esse texto está baseado na palestra de Nicolau, anotados alguns pontos, reescrevo tentando aproveitar o máximo da palestra colocando alguns pensamentos sem perder a essência.
Inicio por apresentar o que ele chamou de uma escola muito tradicional, com carteiras posicionadas uma atrás da outra, e mesmo as escolas que trabalham sentados em círculos, se o aluno sentar fora da “linha” causa tremores a alguns professores. Quando se pensa em literatura para esse publico tenta se encontrar o que é adequado, referente a etapa de vida que esta criança esta vivendo, mas organizar uma divisão matemática (numérica), dividir alunos por faixa-etárias e dizer que todos respondem de forma igual, não é fácil. Sabendo do contexto de uma pluralidade cultural na qual vivemos esse é um grande desafio.
Segundo Gregorian “pensamos em uma formação virtual, pois formamos crianças para um mundo que desconhecemos.”
A preocupação não deve se tornar uma seleção com excessos de critérios pedagógicos (o que este livro vai trazer*), priorizar o didático em detrimento do lúdico em textos para crianças pode transformar a leitura em função pedagógica.
A criança tem que ser estimulada a se identificar com o livro, e essa identificação pode vir de casa, se a família lê, o primeiro estimulo está feito. Vale também para fora da escola, as crianças do clube onde eu trabalho quando chegam na sala de recreação muitas vezes me encontram lendo e como já escrevi alguns trazem os livros que estão lendo para eu ver, sempre que possível tento ler para aumentar meu dialogo com eles.
Na escola em alguns momentos existem duvidas de como escolher um livro, como a adequação ao tipo de leitor, se eu sei o que ele gosta de ler (livre escolha, um dos princípios do lazer), posso indicar outros livros.
Este é um papel que podemos desenvolver e quem sabe, propor uma visão mais ampla do contexto.
Em um desses diálogos sobre livros surgiu uma consideração que na saga dos vampiros o personagem principal masculino é romântico, carinhoso e que segundo algumas meninas era o “sonho delas”. Nesse momento uma das meninas alertou que o livro foi escrito por uma mulher e esta poderia ser uma das razões do personagem saber tão bem como agradar uma menina. (concordei, pois confesso que esse eu não li, porém já existe uma dialogo).
E a nós educadores (ou não) cabe em qualquer instância incentivar o gosto pela leitura, artes cênicas, música, cinema e toda forma de arte que amplie as possibilidades e os pensamentos.
Gregorian terminou falando do entendimento da palavra literatura como “fazer a arte da palavra”, que as crianças devem ler, curtir o livro, ser feliz com a literatura e se divertir”.
E se divertir tem tudo a ver com lazer!!!


*citou como referencia Nelly Novaes Coelho é livre-docente e professora de pós-graduação de Literatura Portuguesa e Brasileira da Universidade de São Paulo.
José Nicolau Gregorian Filho, doutor em lingüística e literatura e professor de literatura infantil do depto. de letras clássicas e vernáculas da USP

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